Olá pessoal, essa é primeira de muitas dicas que postarei neste Blog, e espero que possa ajudar a muitos. “Cuidados de verão” é uma matéria que  fiz para uma revista especializada, entretanto, atualizei a aqui para Blog, inclusive com novas fotos.    Em virtude do calor suamos mais intensamente e, com isso, constantemente umedecemos ponte, parafusos, cordas, parte elétrica e a escala quando tocamos. Nosso suor é abrasivo para o instrumento. É claro que essa abrasividade varia de pessoa para pessoa, mas em qualquer caso a tendência é o aparecimento de pontos de ferrugem, maus contatos na parte elétrica e um desgaste excessivo das cordas. O calor faz também com que o braço do instrumento assuma uma posição mais côncava, ou seja, ele empena, tornando a ação de cordas mais alta e “dura” – se não for corrigido logo, o braço poderá “torcer” e, desta forma, tornar o reparo muito mais caro e difícil. É comum também a situação em que instrumentos são deixados no carro sob um calor de 30º C, por exemplo, e quando se percebe o braço já empenou, muitas vezes de forma irreversível. Isso sem contar os músicos que nessa época do ano fazem shows no litoral, às vezes próximo de praias, e percebem que o hardware de sua guitarra ou contrabaixo esta começando a enferrujar. Primeiramente, sugiro que procure seu Luthier de confiança para que ele verifique o estado em que se encontra seu instrumento – se ele precisa de uma regulagem completa ou apenas um ajuste no tensor para adequar o braço da sua guitarra ou contrabaixo para nova estação.  Feito isso, é hora de se adaptar a novos hábitos para com sua guitarra ou contrabaixo.            (PARA AMPLIAR CLIQUE NAS FOTOS) Se for ficar longe de seu instrumento por mais de 15 dias, tome algumas providências antes de se ausentar: substitua as cordas se essas apresentarem sinais de ferrugem, para que não comprometa os demais componentes. Seque bem todas as partes de metal do seu instrumento, usando uma flanela seca e limpa (com exceção das cordas, pois a flanela solta pelos que prejudicam a vibração das cordas).  Posteriormente compre uma escova de dentes, e aplique algumas gotas de álcool isopropílico para que além de limpar e higienizar, promova a evaporação da umidade. Em seguida aplique algumas gotas de óleo lubrificante desses comumente encontrados em supermercados, e espalhe sobre a ponte.  Com o auxílio de um cotonete também embebido em óleo, lubrifique todos os parafusos e as terminações superiores aparentes dos imãs dos captadores.  As tarraxas também devem ser lubrificadas usando uma flanela levemente embebida no óleo. Após esses cuidados, evite tocar no seu instrumento para que seu suor não se infiltre nele e, na sua ausência, comece a corroer as partes de metal.   Caso você vá aproveitar esse período para estudar melhor ou fazer shows, siga todos os passos citados anteriormente. Porém, a cada vez que parar de tocar seque as cordas e todas as partes de metal. Para secar as cordas, sugiro um pano de limpeza do tipo Perfex, encontrado facilmente em supermercados.
Quanto à conservação das cordas, volto a dizer que a durabilidade das mesmas depende também do organismo do músico. A quantidade de ácido úrico contido no suor, por exemplo, determinará quanto tempo a corda vai durar, assim como em que velocidade será o desgaste das partes de metal do instrumento. Desconheço qualquer líquido milagroso que possa evitar esse processo de deterioração. Os produtos disponíveis no mercado apenas ajudam a conservação das cordas, uma vez usado enquanto o encordoamento for novo. Isso porque quando iniciado o processo de corrosão, fica impossível eliminá-lo. O uso de limpadores corrosivos – do tipo Kaol – podem até deter momentaneamente e retirar a ferrugem, mas comprometem a afinação e a sonoridade das cordas. A limpeza e a secagem preventiva são a melhor alternativa para a conservação das mesmas. Sugiro misturar 50% de álcool isopropílico e 50% de óleo de limão, e aplicar nas cordas. Enquanto esse álcool puríssimo ajuda na evaporação da umidade, o óleo promove uma lubrificação que com certeza agirá como uma barreira contra a ferrugem. 
      Nessa época de calor, se o uso do instrumento for freqüente, a lubrificação que citei acima se faz necessária a cada duas semanas, principalmente para aqueles músicos que transpiram em demasia e que possuam quantidade excessiva de substâncias abrasivas no organismo.    Para músicos que irão tocar no litoral ou moram em cidades litorâneas, os procedimentos anteriores devem ser seguidos à risca, pois além da umidade do ar ser maior, a maresia também é um dos grandes agentes causadores da corrosão. Entretanto, alguns músicos constatam outro tipo de problema nessas regiões: maus contatos na parte elétrica – potenciômetros “raspando”, chave e Jack falhando. Existe casos comuns de músicos passarem temporadas tocando nessas cidades litorâneas e a chave de comutação de captadores enferrujarem por completo, sendo a única solução a substituição da mesma.     Há algumas dicas de como minimizar esse processo de deterioração. Porém, sugiro que após a volta para sua cidade, você procure um profissional da área de para uma limpeza mais minuciosa, seguida de um tratamento lubrificante. Isso vale também para quem reside nessas cidades litorâneas: Procurem periodicamente seu Luthier. Caso já ocorra o mau contato e você esteja muito longe do seu Luthier, proceda com os passos de primeiros socorros a seguir.

Compre uma seringa com agulha e aplique álcool isopropílico na parte superior da chave de comutação caso note algum mau contato nessa região. Em seguida, movimente-a em todas as posições algumas vezes. Faça o mesmo com os potenciômetros, só que na sua parte superior e inferior, também os movimentando em seguida. No Jack, faça os mesmos procedimentos, só que utilizando um cotonete embebido em álcool. Com esses procedimentos, você eliminará provisoriamente ou quase que por completo os ruídos e maus contatos de componentes elétricos do seu instrumento. Todos esses problemas acontecem comumente em qualquer época do ano, embora mais freqüentemente no verão.   

Outro problema comum agora no verão é o músico levar o instrumento para um Luthier ajustar o tensor para uma temperatura alta – tipo 35°C – e, em seguida, ensaiar ou gravar em estúdio com o aparelho de ar condicionado ligado, com temperatura ambiente em torno de 22°C. Isso já é o suficiente para o instrumento começar a trastejar nas primeiras casas. Isso se dá pela discrepância de temperaturas. Por isso, é importante avisar seu Luthier na hora da regulagem, para que ele encontre um meio termo para essas variações as quais você irá expor seu instrumento.
Se você seguir essas dicas, com certeza manterá seu instrumento em um bom estado de conservação por muito mais tempo. Até a próxima! 
                             E.Luighi